XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

sexta-feira, 3 de maio de 2013

sonho (re)corrente




              Pus o meu sonho num navio
               e o navio em cima do mar;"
                            Naufrágio, Cecília Meireles / Alain Oulman



um rio, estreito e veloz
:
na superfície, aconchegada
(líquido conforto)
eu mesma, barco
nele navego

tudo é sensação e velocidade
as margens próximas
(quase tocáveis)
a paisagem borrada
(não há contemplação
nem há tempo)

corre o rio, corro com ele

rua lamacenta
agora, o rio
nítida, a paisagem
(desolação)

onde recomeça o rio?
muito distante daqui
dizem-me
sem mensurar distâncias
nem me olhar nos olhos


Dalila Teles Veras
In A Janela dos Dias

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