XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

quinta-feira, 23 de maio de 2013

a mesma língua fala



Oficina de Poesia Falada


Exercícios:

1. Mergulhar no texto até que seja possível compreender todo o seu universo dramático. Perceber as nuances de cada verso ou de cada palavra, para a partir daí ter condições de criar uma forma adequada de interpretação através da fala.

2. Respiração:
Respirar calmamente para relaxar antes de cada leitura até sentir o corpo leve, e através da leitura silenciosa, observar espaços rítmicos do texto para melhor executar a respiração dentro desses espaços que devem ser explorados intensamente.

3. Memorização:
Executar a leitura silenciosa até ter certeza que o texto está completamente compreendido em todos os seus códigos e significados. A partir daí, começar a executar uma leitura em voz alta, frente ao espelho de preferência, procurando verificar se verso por verso já está grudado na ponta da língua e na pele da memória.


OBS.: Essa Oficina de Poesia Falada pode ser oferecida a adomicílio, a acompanhada de uma Oficina de Produção de Vídeo, com tem sido realizada em São Conrado e Copacabana, no Rio de Janeiro, com aulas de duração mínima de 2 horas. Custo a combinar.



As musas de Ignacio

a mesma língua fala
quando deitamos palavras duras
a vida crua sobre o corpo do texto
e do teu poema
partilhamos a busca do mesmo céu
de língua e dentes em viva dança
não mais de veia bailarina
querendo escrever tanto a um só tempo
sobrepomos ao risco da morte nossos  textos
pactos de carícias entre fonemas
sons dançantes que saem além da boca
sedução de risos no imaginário
do menino que admirava a brancura
da pele da primeira musa
e matava os anões com as palavras
creme de champion envenenados
colhidas nas florestas de outro tempo
risos emoldurados em boca e janelas
lá pelas terras de Araraquara
12 anos antes do nascimento
da estrela mágica
do beijo que não vem da boca
lá onde eu poderia ter escrito
o meu primeiro poema
cantando língua e beijo
ao vento dos ventiladores

Cristina Grando




Poética 72

a relva ainda molhada
a neve renova a pele
fosse Londres logo ali a dentro
LUAna me morderia a língua
até sangrar de susto
lamberia o sal da carne até
cessar a fome
foi ali que Ana se desfez da vida
para sempre
e
da janela voou para o infinito
ainda tenho seus pés aqui
cravados nos dentes da memória
era setembro de 83 e o Vapor Barato
rodava no vinil da loja aqui do centro
com um buraco negro no peito
que chegava a osso




Poética 73

assim como se tanto
te queresse e não pudesse
essa tensão levar-te a cama
a dama se desfaz
mesmo não sendo
um blues rasgado
ou rock and roll
na língua solta
pela pele em tuas costas
lambendo as curvas
por detrás da tua orelha
vermelha a blusa agora despe
baton saliva tudo como em tua boca
pode ser som de bolero
quando um beijo quero quero
a vida é muito curta pra ser pouca

arturgomes



Fulinaíma Produções

Contatos: portalfulinaima@gmail.com
(21)6964-4999 (22)9815-1266

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