XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

sexta-feira, 12 de abril de 2013

apsara ou noite branca



APSARA OU NOITE BRANCA

Pues el viento, el viento gracioso
se extiende como um gato para dejarse definir.
LEZAMA LIMA



Dama do escorpião, Apsara
em teus braços numa noite rara
o demônio delicado dos sofismas
brinca nos espelhos obsidianos
com a fatalidade das tuas mãos finas

Apsara a lógica voluptuosa do escorpião
passeia por tua face múltiplas fúrias
e um veneno sutil se instala nos versos
nessas perigosas noites de outubro
Satã vigia seja noite seja dia
a teoria da rosa e seus mistérios

Apsara filha do fogo dança no alto da chama
enquanto a serpente do meu desejo desliza
no chiaroscuro das cinzas do encantamento
há um esplendor rigoroso nesta luz
um furor sangrento nesta selvagem salsugem dos assombros
Apsara terros naufráfio no presságio azul da madrugada
que se ilumina com a lâmpada da saudade



Carlos Lima 
(Ilhéus/Rio de Janeiro, 25 e 26.10.1997)

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