XVIII CONGRESSO BRASILEIRO DE POESIA

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mel ( pronome possessivo)


fruteira - foto: artur gomes


Derramar um sol
em sua praia
Sem céu
Estancar com uvas
Sua areia de sangue
Até vinhar  sua boca:

Mel.

Palavrar sem método
Sua gula em jejum
Pra ouvir o grito

Soletrar  VE-NE-NO
No seu rio de gente
Pra ser minha a secura:

Infinito.

Doer sua nuca
Com minha boca de dedos
E estrangular sua cena

Penetrar sem pena
Seu sexo papel
E escrever um poema:

Só mel.

Adriano Moura




Pétala de Lamparina

III

acordar
com os planos do piano na gaveta

a cilada sinfônica adiada pela chuva

o ódio dos insones
embebidos em pílulas e carneiros

acordar com a brasa
da memória na lareira

o sapo dos encontros
aprisionado no tapete

uma nuvem incerta
mil notícias tortas
voz
sem sede

Ricardo Lima
Pétala de Lamparina
Atelier Editorial - São Paulo - 2010

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